Entre as muitas cifras terríveis, a
disparada no número de vítimas da violência policial: 4.224 casos, registrando alta
de 27% em relação a 2015.
“É uma guerra!”, dizem quase todos. Nada
disso.
Em setembro passado, no Rio de Janeiro,
foi divulgado um manifesto. Abaixo, alguns trechos dele:
Não estamos em guerra! Qualquer
tentativa midiático-policial de construir tal discurso como política pública
tem por objetivo legitimar as políticas
racistas de massacre, promovidas pelo Estado contra a população negra,
pobre e periférica de nosso país. Tal política belicista acaba também por vitimar policiais, que
operam na base das corporações do sistema de segurança, recrutados nos mesmos
estratos sociais daqueles que são construídos como os seus “inimigos”.
(...)
Policiais
devem ser construídos como trabalhadores! O reconhecimento do direito de greve,
de livre associação, de livre filiação partidária, bem como o fim das prisões
administrativas, são marcos nesta luta contra a condição de subcidadania à qual
muitos policiais estão submetidos. Acreditamos que este é o único caminho pelo
qual policiais possam vir a se reconhecer na luta dos demais trabalhadores,
sendo então reconhecidos por toda classe trabalhadora como irmãos na luta
antifascismo.
O documento
também defende a desmilitarização
da segurança pública e o fim às
politicas de proibição das drogas.
Trata-se do Manifesto do Movimento Policiais Antifascismo. Sim,
eles existem. E diante do histórico conservadorismo da sociedade brasileira, merecem apoio irrestrito.
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PMs que morrem