Segundo
a matéria, os cinco piores lugares para “ser mulher” são Afeganistão, República
Democrática do Congo, Paquistão, Índia e Somália. A relação combina com a ideia
que o senso comum tem sobre esses países. Eles seriam habitados por povos
primitivos, supersticiosos, ignorantes e truculentos. Muito diferente das
culturas ditas “civilizadas”.
Não
é bem assim. É o que mostra matéria publicada pelo Estadão em 14/12/2012, cujo título
é autoexplicativo: “Uma em 4 mulheres é vítima de violência nos EUA”. Dados do
Instituto Europeu pela Igualdade de Gênero não são muito diferentes. Em 2012,
entre 20% a 30% das mulheres europeias sofreram ou estiveram sujeitas a algum
tipo de agressão física.
Ou
seja, desenvolvimento econômico elevado não elimina a estupidez do
patriarcalismo ancestral. Ao contrário, o machismo é muito conveniente às
sociedades do livre mercado. Não só em relação ao pagamento de salários, sempre
mais baixos para elas.
A
dupla ou tripla jornada do trabalho feminino diminui a pressão sobre patrões e
governos por creches e outros direitos sociais. A utilização das mulheres como
objeto sexual movimenta bilhões em lucros. Todo o ódio acumulado por uma
sociedade injusta se abate sobre elas.
A
lógica capitalista tenta constantemente transformar pessoas em coisas. À
maioria das mulheres reserva destino pior. Quer tranformá-las em coisas à
disposição de suas muitas violências.