Abaixo um sumário retirado
do livro “Fascism: Theory and Practice”, de Dave Renton, sobre a relação do
fascismo com as massas.
Se o fascismo histórico
se caracteriza pelo apoio de massa, isso não significa que precise dele para
ser classificado como tal.
A maior ambição de Hitler
era "destruir o marxismo". Foi esse objetivo que fazia dele e de seu partido
fascistas, antes mesmo de alcançarem uma influência maior.
Em "Mein
Kampf" (“Minha Luta”), Hitler escreveu: “Para pessoas que já superaram um nível
social modesto, é insuportável recair nele, mesmo que momentaneamente”.
É este sentimento que a
extrema-direita explora. Mas se a pequena burguesia esperava usar o fascismo
para chegar ao poder, morria de medo de colocar em risco o domínio do capital.
A classe média conservadora
não deseja a eliminação da grande burguesia. Ao contrário, seu maior objetivo é
tornar-se membro dela.
Diferente de outras
forças de direita, o fascismo usa uma linguagem revolucionária e quando conquista
apoio de massa, obtém poder social suficiente para realizar seus objetivos
radicais.
Tais objetivos são a destruição
das conquistas sociais de gerações de democratas, socialistas, sindicalistas e do movimento feminista.
É essa disposição ultraconservadora
que torna o fascismo confiável para a grande burguesia, sempre que crises sociais
ameaçam seus interesses.
No entanto, é impossível
que o fascismo realize as aspirações pequeno-burguesas. É isso que pode permitir às organizações
dos trabalhadores afastar seus setores menos engajados da influência fascista.
Por outro lado, não há
como deixar sem resposta os ataques fascistas contra nossas organizações. Nosso
grande desafio é combinar militância social paciente e radicalidade política. Voltaremos
a isso.
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