Em 13 de maio de 2014,
a Deep Knowledge Ventures, um fundo de capital de risco com sede em Hong Kong, comunicou
à imprensa que o VITAL, um instrumento de Inteligência Artificial, passaria a
ser membro regular de seu conselho de administração.
Nessa condição, um algoritmo
teria o mesmo poder de voto que os membros humanos do conselho nas decisões sobre
investimentos que envolvem muito milhões de dólares.
No mesmo dia, uma
explosão em uma mina de carvão matou 301 trabalhadores na Turquia. A instalação
havia sido privatizada em 2007.
A ocorrência dos dois
eventos no mesmo dia foi coincidência. Mas ela é utilizada como um exemplo dos paradoxos
e contradições do capitalismo atual por Nick Dyer-Witheford na introdução de
seu livro “Cyber-Proletariat”, ainda sem tradução.
Segundo o autor, a ciência
dos computadores está sendo utilizada “não apenas na criação de altos executivos
artificiais, mas principalmente na automação de trabalho para reduzir custos”.
Da Virgínia Ocidental
à África do Sul, diz ele, a mineração está na linha de frente de uma nova onda
de robotização que pode eliminar totalmente a utilização de trabalho humano, mas
sem que isso signifique criar mais e melhores ocupações.
Por outro lado, nos
últimos anos, uma série de revoltas em todo o mundo contra a exploração econômica
tem utilizado cada vez mais tecnologias digitais.
Dyer-Witheford localiza
seu ponto de partida teórico “na tradição do marxismo autonomista, assim
chamado por causa de sua ênfase no poder dos trabalhadores de desafiar e
quebrar sua subordinação ao capital”.
Comentaremos várias conclusões
desse livro daqui a algumas semanas, quando nossas doses diárias forem
retomadas. Até...