Os exércitos se separaram e, diz-se, Pirro ter respondido a um indivíduo que lhe demonstrou alegria pela vitória que "uma outra vitória como esta o arruinaria completamente". Pois ele havia perdido uma parte enorme das forças que trouxera consigo, e quase todos os seus amigos íntimos e principais comandantes...
O relato acima é do historiador grego Dioniso de Halicarnasso e refere-se a batalhas travadas contra os romanos pelo rei macedônio Pirro, no século 3 A.C.
A partir daí, “vitória de Pirro” passou a ser aquela cuja conquista tem um preço quase tão alto quanto uma derrota. Não seria difícil utilizar a expressão em relação à eleição de Lula, ontem. Para obtê-la, Lula e o PT tiveram que abrir mão não só de muitos de seus princípios como devem perder vários dos principais postos em seu próprio governo.
E muitos de nós, das velhas tropas da esquerda, acabamos marchando ombro a ombro com antigos generais inimigos, responsáveis por tantas de nossas derrotas e muitas de nossas baixas.
Mas era imperioso impedir uma recondução do bolsonarismo ao Poder Executivo. Situação que levaria a ainda mais atrocidades contra os pobres e outros setores vulneráveis da população e à implantação definitiva do fascismo no País.
Além disso, é preciso levar em conta os inúmeros crimes eleitorais cometidos por Bolsonaro. Em especial, o orçamento secreto e a imensa derrama de recursos públicos em favor de sua candidatura, contando com a omissão e cumplicidade vergonhosas de uma institucionalidade pretensamente republicana.
Tudo isso torna a eleição de nosso heroico Pirro de Garanhuns uma enorme conquista. Uma vitória da porra!
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