Segundo Rezende nossos dados
pessoais e “rastros digitais” estão sendo monetizados na forma de poder
simbólico para o dono do serviço. Ele diz que “o nome do jogo é controle” e é
parte essencial de um plano para “implantar um regime dominante de vigilantismo
global”, usando como camuflagem o combate ao terrorismo, ao cibercrime, etc. E
lembra também que controle em grego é “cyber”.
Segundo o professor, as
“batalhas ainda são pelo controle consentido”. Estariam sendo travadas no
“front psicológico, onde a vaidade e o fetichismo funcionam como boas iscas”.
Rezende é pessimista. Quem quiser “exercer seu direito constitucional à
intimidade e à privacidade”, a saída é não instalar nem usar aplicativos.
Resende diz que o WhatsApp,
por exemplo, pode ser chamado de “jardim murado”. A ferramenta só opera onde o
seu desenvolvedor permite e envia a servidores centralizados tudo que lhe
interessa sobre o tráfego de dados. E destes são retidos “tudo que o dono do
jardim quiser, para usar como bem entender”.
Ele conclui a entrevista
citando uma parábola bíblica de Mateus. Ela diz que no final dos tempos, os
anjos prenderão todos em uma rede. Os justos serão poupados e os perversos
lançados ao fogo, onde haverá choro e ranger de dentes.
Os administradores das redes cibernéticas
certamente não são angelicais. Se depender de sua perversidade, serão os justos
que acabarão rangendo os dentes.
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