A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção e, com elas, todo o conjunto de relações sociais. A conservação do velho modo de produção numa forma inalterada era, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores. O revolucionamento constante da produção, a perturbação ininterrupta de todas as condições sociais, a incerteza e agitação contínuas distinguem a época burguesa de todas as anteriores.
O jornalista Luiz Carlos Azedo citou as palavras acima no artigo “Um pouco de Marx para explicar as loucuras de Trump”, publicado no Correio Braziliense. São de Marx e Engels e estão no Manifesto Comunista. Segundo Azedo, o trecho mostra-se profético em relação ao governo Trump. Afinal, diz ele, “para modernizar a sua economia e enfrentar a China, o presidente dos Estados Unidos põe em xeque tudo o que obstrui suas intenções, inclusive a democracia e a ordem mundial”.
Faz sentido, mas Trump apenas escancara o papel caótico e desagregador que a burguesia e seus vários setores desempenham sempre que a luta de classes permite.
Os explorados estão desorganizados e desorientados. O sistema imperialista sob estresse, com vários polos em disputa. O império estadunidense debate-se em seu declínio, mas tem munição, literalmente falando, para aliviar seus problemas, causando muito sofrimento, destruição e morte, principalmente para as maiorias exploradas e oprimidas da população mundial.
É a aposta no tudo ou nada da dominação do capital. A ela os trabalhadores e a humanidade em geral deveriam responder tal como Rosa Luxemburgo há mais de 100 anos: contra a barbárie, só o socialismo.
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