Em seu livro “Marx no Fliperama”, Jamie Woodcock revela a existência de alguns jogos anticapitalistas que ganharam fama. Um deles é “Monopoly”, conhecido como “Banco Imobiliário” no Brasil e sucesso de vendas há muitas décadas em todo o mundo.
Inventado em 1903 por Elizabeth Magie, nos Estados Unidos, era originalmente chamado “Jogo do Proprietário”. Em 1925, foi rebatizado como “Monopoly” e apresentava o seguinte texto de apresentação:
Monopólio foi projetado para mostrar os males causados pela propriedade privada. No início do jogo, cada jogador tem a mesma chance de sucesso. Mas no final, apenas uma pessoa fica com todo o dinheiro. O que explica o fracasso dos outros participantes? Que fatores justificariam a distribuição obviamente desigual que essa situação representa? Aqueles que vencerem, responderão "habilidade". Os que perderam, dirão “sorte”. Mas talvez haja alguns que, ainda que admitam o peso desses fatores, responderão “é a propriedade privada”.
No entanto, a versão moderna mudou
esse texto introdutório para: “A ideia do jogo é comprar e alugar ou vender
propriedades de forma tão lucrativa que torne o jogador mais rico e finalmente
monopolize toda a riqueza”.
No final dos anos 1970, no Estados Unidos, Bertell Ollman lançou o jogo de
tabuleiro “Luta de Classes”. A embalagem trazia a imagem de Karl Marx
disputando uma queda de braço com Nelson Rockefeller. As duas
possibilidades de vitória apresentadas no tabuleiro eram: “Socialismo (Os
trabalhadores vencem!)” e “Barbárie (Os capitalistas vencem!)”. Vendeu 230 mil
unidades quando foi lançado, mas logo desapareceu.
As versões anticapitalistas para o meio eletrônico não tardaram a surgir. É o
que veremos na próxima fase.
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dos jogos