Em
27/05, 55 detentos de quatro presídios amazonenses foram mortos. A causa do massacre
teria sido uma briga entre facções.
A
imprensa preferiu destacar o sofrimento das famílias dos mortos. Mas o que
pouco se informou é que as quatro unidades prisionais são administradas por uma
empresa.
É
a Umanizzare (Humanização, em italiano). Uma das prisões que ela administra é o
Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em cujas dependências morreram, em 2017,
outros 56 detentos.
Apenas
nessa unidade, a empresa recebia, por mês, R$ 4,7 mil por preso. Já nos
presídios que são administrados pelo governo, o custo é de R$ 4 mil.
As
informações e dados são do Ministério Público do Amazonas em reportagem
publicada pelo portal Rede Brasil Atual
em 29/05/2019.
Matéria do jornal Brasil de Fato, por sua vez, revela a existência de uma “bancada da jaula”,
denominação que demonstra o que seus membros pensam da população carcerária.
Alguns
dos componentes da tal bancada, são os deputados federais do PSC do Amazonas, Silas
Câmara e sua esposa, Antônia Lúcia Câmara. Ambos receberam R$ 600 mil da
Umanizzare para suas campanhas. A filha do casal, Gabriela Ramos Câmara, ficou
com mais R$ 150 mil para sua eleição a deputada estadual no Acre.
A
empresa administra dois presídios no Tocantins e seis no Amazonas. Somente neste
último, o grupo recebeu R$ 836 milhões nos últimos cinco anos.
Este
é só mais um desdobramento da política de super-encarceramento vigente no
Brasil há algumas décadas. Agora, Manaus mostra que essa política também vai se
tornando um negócio lucrativo para poucos e, literalmente, mortal para outros.