“Estudo mostra que nunca se
trabalhou tanto no país”, diz reportagem de Manuel Alves Filho, publicada pelo
Jornal da Unicamp, em abril. A matéria refere-se a pesquisa do Instituto de
Economia daquela universidade.
A pesquisa do economista
Eduardo Martins Ráo mostra que “há uma tendência em curso no Brasil, fomentada
pela classe empresarial, de criar mecanismos para transformar tudo em hora de
trabalho, até mesmo os momentos em que o trabalhador está em casa, na companhia
da sua família”.
Em 28/04, Cynara Menezes
publicou artigo na Carta Capital com o título “Quando o trabalho é pesadelo”. Às
vésperas do 1º de Maio, diz ela, “os processos por assédio moral multiplicam-se
a ponto de caracterizar uma epidemia”.
Entre os muitos casos
terríveis, destaca-se o do banco HSBC, multado em R$ 67,5 milhões pela Justiça
Trabalhista por espionar seus empregados em Curitiba. Entre 1999 e 2003, a
instituição resolveu descobrir porque seus trabalhadores adoeciam tanto. Nem
ocorreu ao banco investigar as condições de trabalho. Foram contratados
detetives que agiam da seguinte forma:
Disfarçados de entregadores
de flores ou pesquisadores, os investigadores abordavam os empregados,
seguiam-nos, filmavam e fotografavam, e remexiam o lixo de suas casas.
Enquanto isso, as grandes centrais
sindicais não se entendem. É o que mostra
reportagem de Raphael Di Cunto, publicada pelo jornal Valor, em 29/04. Segundo
a matéria, as comemorações pelo 1º de Maio deste ano vão encontrar as centrais divididas.
Não em relação a como combater as mazelas de seus representados. A grande
questão que as preocupa é: Dilma, Eduardo ou Aécio?
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