A Revolução Russa
costuma ser acusada pelos conservadores de ter sido um mar de sangue.
O marxista britânico
Mike Haynes desmente essa afirmação. No artigo “Violência e revolução em 1917”, por exemplo, ele afirma:
A
Revolução de Fevereiro estourou na 135ª semana da guerra. A de Outubro chegou
na 170ª. Nos cerca de 250 dias desse meio-tempo — que alguns historiadores
descrevem como um período de massacre revolucionário, com talvez 2.500 mortes
—, na Europa, o número de possíveis mortes chegou a estarrecedores 1,5 milhão.
Lembrando que a
sangria do lado russo foi estancada exatamente graças ao tratado de paz
promovido pela Revolução de Outubro.
Já no texto “Harmonies and dissonances: Russia in revolution”, Haynes apresenta os outros números.
Na Revolução Inglesa
morreram cerca de 100 mil soldados e civis e outros 130 mil de doenças
relacionadas – 4,5% da população. Na Escócia, pereceram cerca de 9% da
população. Na Irlanda, surpreendentes 20%. Os números soviéticos só chegaram perto
disso devido ao covarde cerco imperialista.
A população das
colônias americanas era de 2,5 milhões quando a Revolução Americana estourou.
As mortes foram poucas, mas mais de 2% da população fugiram porque moravam no
lado perdedor. Provavelmente, uma parcela maior do que a que fugiu da Rússia
entre 1917 e 1921.
A população
estadunidense durante a Guerra Civil Americana era cerca de 32 milhões.
Recentes levantamentos indicam que podem ter ocorrido 750 mil mortes por
batalhas e doenças, ou 2,5% da população.
Nada disso deve
diminuir o que aconteceu na Rússia, diz Haynes, mas coloca os fatos em perspectiva.
Algo que a visão achatada dos conservadores não permite.
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