Se Bolsonaro considera
comunistas todos os que se opõem a ele, passou a hora de riscarmos uma
linha demarcatória do lado de cá.
Só pra começar, comunistas
são os que pretendem impor pesada taxação sobre o grande capital e patrimônios
milionários. São os que exigem representação dos trabalhadores na direção de
todas as empresas. Defendem a aprovação da totalidade dos orçamentos públicos em
conselhos populares. Prometem um grande programa de reestatização. Querem passe livre para tudo e todos nas cidades. Auditoria da dívida pública imediatamente. Defendem
o esquecido salário mínimo de R$ 4.500,00, do Dieese. Retomam a bandeira da
reforma agrária radical. Querem a imediata revogação das reformas
previdenciária e trabalhista.
Somente essa plataforma
realmente polariza com o extremismo fanático de Bolsonaro. Não referências a
liberdades e direitos abstratos para a grande maioria da população.
Ao mesmo tempo, essas
propostas inviabilizam a aproximação com os conservadores tradicionais, que assistem,
satisfeitos, a obra de destruição de Bolsonaro contra os movimentos populares e
o conjunto da esquerda.
O objetivo é exatamente
o oposto do que vêm fazendo os candidatos a adversário eleitoral de Bolsonaro. Aqueles
que buscam se credenciar para governar uma sociedade que a vitória fascista provou
ser ingovernável a não ser para o grande capital.
É óbvio que um programa
desses não venceria as atuais eleições. Por isso mesmo, jamais seria assumido por
um oposicionismo que aguarda audiência nas antessalas de instituições há muito
tempo apodrecidas.
É preciso aproveitar as
eleições para apresentar as verdadeiras forças comunistas. Transformar suas propostas em luta permanente para reorganizar
a resistência popular e impedir sua destruição.
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