É só mais um dos
muitos artigos na grande imprensa a demonstrar grande decepção com arrojados
rapazes e suas “startups”. Este último termo refere-se a iniciativas empresariais
criativas movidas pela ambição de ganhar muito dinheiro.
Na verdade, desse
impulso surgem novos modos de explorar trabalho alheio. Seja por serviços como
o Uber, seja pela venda dos dados pessoais de bilhões de pessoas.
Mas nada disso é novo.
Em certo momento da história do capitalismo, muitos acreditavam que as pequenas
empresas desapareceriam. Restariam apenas as corporações gigantes.
Uma das primeiras a se
rebelar contra tal ideia foi Rosa Luxemburgo. Em “Reforma ou Revolução?” ela
destaca o importante papel dos pequenos capitais na dinâmica capitalista. Eles seriam:
...pioneiros
da revolução técnica de maneira dupla: no respeitante a novos métodos de
produção nos setores antigos fortemente enraizados; e pela criação de novos setores
de produção inexplorados pelos grandes capitais.
Mas não se trata apenas
de mais um aspecto da produção capitalista. Ele é fundamental para a sobrevivência
do sistema. É o que diz Marx em “O Capital”:
Assim
que a formação do capital caísse totalmente nas mãos de um grupo de grandes
capitais totalmente constituídos, o fogo vivificador da produção
extinguir-se-ia – entraria em torpor.
Portanto, a onda de inovações
simbolizada pelo Vale do Silício não é a primeira nem será a última. E a próxima,
como a atual, será só mais uma nova forma de manter a velha exploração de classe.
Leia também:
Tudo
o que é sólido termina em exploração
Nenhum comentário:
Postar um comentário