Amigos do século 21, não sei como nem porque, estou vivendo século e meio à frente daquele em que nasci. Ainda estou sob forte impacto do que testemunho. Mas posso dar muito boas notícias. Parece que finalmente a humanidade livrou-se de seus apertos materiais.
O trabalho duro, cansativo e aborrecido já não existe. Problemas sociais como pobreza, exploração, opressão e criminalidade também são raros. Aos poucos, a civilização parece ter encontrado um ponto de equilíbrio ecológico. Não se trata de harmonia perfeita, mas nossa relação com fauna e flora já não é marcada pela destruição. Acho que finalmente chegamos ao tal do comunismo.
No entanto, ainda há muita coisa que não consigo entender. Entre elas, a vida social. Quando sonhávamos com uma sociedade livre, era costume pensarmos em menos regras e leis. Mas não é isso o que vejo por aqui. São inúmeros os regulamentos e normas. Eles existem para quase tudo o que se faz. E há uma enorme variedade deles para cada coisa.
Mas o mais incrível é que nada disso significa menos liberdade. Ao contrário, as pessoas são livres para escolher as regras que bem entenderem desde que combinem com as outras. E tais combinações podem envolver tanto a forma como calçar os sapatos, como de que modo se deve tocar certa canção.
Pelo que entendi, a vida social é um grande jogo que se joga aos pares, em trios, quartetos, e envolvem até assembléias inteiras. E tudo isso sem a obsessão competitiva que marcou tanto os séculos passados. Ainda não aprendi direito a viver desse jeito. Mas é muito divertido.
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