Doses maiores

6 de março de 2025

Combate às drogas espalha criminalidade e violência social

Em editorial publicado em 24/02/2025, o Globo afirma ser “alarmante a diversificação das atividades do crime organizado, constatada em relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Embora o tráfico de armas e drogas continue sendo um negócio central para os criminosos, continua o texto, a receita obtida com a venda ilegal de diversos outros produtos é muito superior”.

Em seguida, afirma que:

A atuação nos mercados ilegais de ouro, combustível, bebidas, tabaco e cigarros - à margem do Fisco e sem qualquer controle de qualidade rendeu R$ 147 bilhões às organizações criminosas em 2022, ante R$ 15 bilhões faturados no tráfico de cocaína. Entre julho de 2023 e julho de 2024, (...) elas ganharam ainda mais dinheiro com outra atividade que anda em alta: faturaram R$ 186 bilhões em golpes digitais, furtos e roubos de celulares crimes que se complementam.

Agora, que a venda ilegal de drogas já os alavancou financeiramente, traficantes e milicianos podem se dedicar a muitas outras atividades. O combate à legalização das drogas não só não as eliminou, como ampliou a presença da criminalidade em diversas atividades legalizadas.

Parabéns a todos os envolvidos, incluindo o jornalão carioca. Ironias à parte, o objetivo das políticas de combate às drogas nunca foi diminuir seu comércio, mas reforçar a repressão policial-militar contra pobres e não brancos e encher os cárceres com pessoas dessa parcela da população.

Os conservadores gostam de dizer que os entorpecentes leves são a porta de entrada para os mais pesados. Mas é a brutalidade do combate às drogas que escancarou o caminho para a brutalização da vida social.

Leia também: Estados Unidos: o berço do narcocapitalismo

Um comentário:

  1. Olha, nada de novo, Marx à frente de muitos outros que sempre disseram que o capitalismo é criminoso. Aí não importa a modalidade com a qual ele se dedicar

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