A Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-16) está em andamento no México. Os temas principais são o aquecimento global e problemas climáticos. Mas as pessoas comuns estão mais acostumadas com os boletins meteorológicos. Previsões diárias, famosas por sua grande margem de erro. De fato, a ciência do clima é tão complexa que inspirou a teoria do caos.
No entanto, os meteorologistas da imprensa falam do clima como se funcionasse em função da raça humana. Dizem “tempo instável”, “tempo bom”, “dia ruim”, etc. Instável, bom, ruim em relação ao quê e a quem? Chuvas, tempestades, raios, céu sem nuvens, são parte do sistema do planeta. Se causam aborrecimentos ou alegria para uma de suas espécies, pouco importa. Os fenômenos climáticos estavam por aí muito antes de nós. Devem continuar funcionando a seu jeito, depois que desaparecermos.
Ao mesmo tempo, é comum a utilização de imagens climáticas para descrever as incertezas da economia: "turbulências no mercado financeiro" ou "nuvens escuras no horizonte da economia". Quando se fala em crises econômicas, as previsões costumam ser tão inseguras quanto as dos boletins meteorológicos. Ora, crises econômicas são produto das relações humanas. Deveria estar a nosso alcance sua prevenção ou controle.
O fato é que os problemas que o clima nos causa estão diretamente relacionados à forma como a humanidade organiza sua produção no planeta. Talvez, o clima não seja caótico. O caos causado pelo capitalismo é que não combina com o meio em que vivemos.
Os dirigentes reunidos na COP-16 não vão resolver esse problema. Representam o capitalismo caótico. Falam em nome dos manda-chuvas mais desastrados da história humana.
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