A circulação nacional da moeda funcionou como um ácido corrosivo das relações feudais.
A criação do euro foi produto de um processo oposto. É talvez o único caso na história em que a unificação monetária veio antes da unificação política. Nem por isso, deixou de servir a interesses de uma minoria poderosa.
A moeda única européia impôs uma competitividade que a periferia econômica da região não tinha condições de acompanhar. A atual crise das dívidas grega, portuguesa, irlandesa, italiana e espanhola é produto dessa situação.
O euro simboliza o império das leis econômicas sobre a vontade social. A busca de lucros acima do respeito aos direitos e necessidades da população. Sua adoção facilitou a especulação capitalista na Europa. Sua quebra afetaria ainda mais a já abalada economia mundial.
E os maiores prejudicados são os de sempre. É o que diz a reportagem “Países europeus redescobrem a pobreza”, publicada em O Estado de S. Paulo em 10/07. Segundo a matéria de Jamil Chade:
Nas últimas semanas, estudos publicados pela União Europeia (UE), pelos governos nacionais e entidades de pesquisa revelam o que já vem sendo chamado de "nova pobreza". Centenas de empresas fecharam as portas. Mas foram os cortes drásticos nos investimentos dos governos que aprofundou ainda mais a recessão social.A circulação continental do euro corrói como ácido a vida de milhões de trabalhadores.
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