Uma notícia e um artigo recentes dizem muito sobre a estrutura social brasileira. A primeira saiu no jornal Valor de 06/09. Trata do surgimento de “novas classes A e B”. Em São Paulo, a classe B seria classificada na faixa entre R$ 5.174 e R$ 6.745 de renda por pessoa. Os da classe A, ficariam acima disso.
De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas, são 22,5 milhões de pessoas nessa condição no Brasil. A grande maioria mora nas regiões sul e sudeste. A pesquisa também revela que se trata dos “grupos sociais que mais crescem no país (perto de 12% entre 1993 e 2011)”.
Mas, o critério de renda salarial não é o melhor, afirma Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele diz que riqueza de verdade se mede pelo patrimônio. Ou seja, empresas, fazendas, altos cargos corporativos e grandes propriedades em geral. Segundo esse critério, os “ricos acumulam um patrimônio de bens e rendimentos correspondente a cerca de 40% do Produto Interno Bruto", diz ele.
O mesmo Pochmann revelou dados sobre a injusta estrutura tributária brasileira em um artigo publicado também no Valor, em 08/09. Segundo o economista, quem ganha até 2 salários mínimos paga quase 49% de impostos. Já os que ganham mais de 30 salários, pagam pouco mais de 26% em tributos.
Nada contra comemorar o crescimento da chamada “classe C”. Mas, tudo indica que se trata de mais uma acomodação da secular e desigual estrutura social do País. No patrimônio da minoria poderosa ninguém mexe. Os realmente ricos continuam no maior sossego.
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