Para dar “um pequeno exemplo da intuição de
Marx”, ele lembrou a advertência do alemão quanto “à propensão do capitalismo
financeiro emergente e avassalador de produzir uma crescente concentração do
poder econômico que, se não fosse coibido pelo poder político, levaria ao
desastre social”.
Previsão que Delfim se encarrega de
confirmar com os seguintes dados:
Nos últimos dez anos, as commodities tornaram-se ativos
financeiros de fundos de investimento internacionais. Em 2000, estes não
chegavam a US$ 10 bilhões. Em 2012, passaram de US$ 400 bilhões, um aumento de
40% ao ano! Há menos de 20 anos existiam mais de 20 "traders" de cada
commodity (as oito mais importantes tinham mais de 160!). Houve a
verticalização e fusão antecipadas por Marx.
Hoje, não passam de 15 organizações que financiam,
compram, armazenam, transportam, vendem e especulam com o resultado do trabalho
de bilhões de agricultores que não têm o menor controle sobre sua produção.
Por que razão Delfim faz esse tipo de elogio?
Talvez, porque tenhamos tornado Marx inofensivo. Afinal, quando seu parceiro morreu,
Engels disse que ele era antes de tudo um revolucionário. Todos os seus
esforços teóricos nada valeriam se não estivessem a serviço da luta da classe
trabalhadora mundial por liberdade.
Quando grande parte da esquerda lembra
apenas o Marx teórico e esquece o Marx revolucionário, faz companhia a um
Delfim Netto. Que vergonha!
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Jobs prova a atualidade de Marx
Ótimo texto.
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