Muito boa a entrevista do engenheiro
agrônomo Leonardo Melgarejo ao site da Unisinos, IHU-Online, publicada em
03/06. E assustadora, também. Trata-se de um depoimento extenso e com muitas
informações. Merece ser lida na íntegra. Mas destaquemos alguns trechos:
...cerca de 99,9% dos
produtos transgênicos cultivados no mundo correspondem a plantas que foram
geneticamente modificadas para conseguirem tomar banhos de herbicida, sem
morrer, ou para produzir uma proteínas tóxicas, que estarão presentes em todas
suas células.
O problema é que as leis de
adaptação da natureza fazem surgir pragas mais resistentes. E o uso de
agrotóxicos precisa aumentar. Agricultores que até 2012 usavam 70 ml do
inseticida Prêmio, da DuPont, por exemplo, agora utilizam 150 ml. Não é difícil
imaginar as consequências para nossa saúde.
Mas não é só isso. Há o
problema econômico. Na última safra, diz Melgarejo, o custo de produção da
soja, na Bahia, passou de US$ 100 para US$ 200 por hectare. No caso do algodão,
os gastos passaram de US$ 400 para US$ 800 por hectare.
Advinha quem lucra? O
entrevistado responde:
As empresas que controlam o
mercado de agrotóxicos controlam também o mercado de sementes, e as sementes
transgênicas fazem parte de pacotes tecnológicos que não existiriam sem os
agrotóxicos.
Melgarejo é representante do
Ministério do Desenvolvimento Agrário na Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio). O órgão deveria garantir a segurança biológica. Mas a
posição dele é minoritária. A maioria vota de acordo com os interesses dos
monopólios. E estes não podem conciliar proteção à vida com seus lucros, razão
de sua existência e motivo de nossas tragédias sociais.
Leia mais na aqui.
Leia também: Conciliar
capitalismo e consumo consciente não dá
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