Quebrar vitrines, explodir caixas de correios, enfrentar
desarmadas a repressão brutal da polícia inglesa, sofrer prisões ilegais e
torturas. Era assim que as mulheres britânicas lutavam pelo direito ao voto no
começo do século 20. E é isto o que mostra “As Sufragistas”, filme de Sarah
Gavron, estrelado por Carey Mulligan e Helena Bonham Carter.
A primeira grande qualidade da obra é mostrar como um
direito tão básico como o de votar teve que ser arrancado a ferro e fogo pelas
mulheres. A produção também deixa claro que esta luta não era feita por
madames, para quem a causa era mais um capricho.
A personagem principal é operária de uma lavanderia, onde
ela e suas companheiras ganham menos e trabalham mais que os colegas homens.
Também são comuns os casos de abusos sexuais cometidos por seus patrões e
capatazes, além do desprezo machista com que são tratadas por seus maridos.
Trata-se de um quadro bastante diferente do que mostra um
outro filme que aborda o sufragismo feminino, ainda que de forma ligeira. Quem
não se lembra da patroa de Mary Poppins fazendo campanha pelo voto feminino de
forma bastante caricata, aproveitando as muitas horas vagas de sua confortável
vida?
É verdade que “As Sufragistas”, tem entre suas limitações,
a pouca atenção dedicada às ligações do movimento sufragista com as lutas da
classe operária da época. É o que mostra Sean Purdy em ótimo artigo, que pode
ser acessado aqui.
Mas quem antes tinha que enfrentar a referência negativa
da superprodução da Disney, já pode fazer bom uso da obra de Sarah Gavron.
Sergio, volcê anda na linha dos filmes da luta dos oprimidos britânicos. Primeiro Pride, agora este. Vamos ver este segundo. Abraço.
ResponderExcluirÉ isso aí, Marião. Vale a pena. Mas não espere o envolvimento que Pride provoca.
ResponderExcluirBração!