Comparado a um gás, diz ele, o Facebook tem quase o mesmo volume de elementos. Ou seja, usuários. Neste caso, os métodos da Física levariam vantagem, já que trabalham com uma quantidade infinita de dados.
Na campanha favorável ao Brexit, por exemplo, o trabalho de físicos aplicado à comunicação permitiu que cada categoria de eleitores recebesse uma mensagem sob medida:
...para os animalistas, uma mensagem sobre as regulamentações europeias que ameaçam os direitos dos animais; para os caçadores, uma mensagem sobre as regulamentações europeias que, ao contrário, protegem os animais; para os libertaristas, uma mensagem sobre o peso da burocracia de Bruxelas; e para os estatistas, uma mensagem sobre os recursos desviados do estado de bem-estar para a União. Graças a todas as versões possíveis dessas mensagens, os físicos de dados puderam identificar as mais eficazes, da formulação do texto ao aspecto gráfico. Puderam também otimizar continuamente, em função dos cliques registrados em tempo real.
O grande problema é que não nos interessa essa dinâmica da fragmentação alienante. Não podemos entregar mensagens sob encomenda para cada segmento dos explorados e oprimidos, sem apontar para a totalidade do sistema que nos divide para nos oprimir e explorar.
Dominar algoritmos é muito importante, claro. Mas de nada vale sem o retorno ao trabalho de base e o abandono das prioridades meramente eleitorais. Ainda é a velha luta de classes. Mas de baixo para cima.
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