Reportagem do Globo publicada em 10/09/2023 anuncia que “Empresas já usam inteligência artificial para prever descontos e efeitos climáticos”.
Segundo a matéria, empresas dos mais variados setores vêm empregando algoritmos e aprendizado de máquina para tentar prever desde fenômenos climáticos ao comportamento dos preços de matérias-primas.
A C&A, por exemplo, com um portfólio de 90 mil itens, usa Inteligência Artificial para definir “o melhor mix de produtos para cada uma de suas 330 lojas”.
A Nestlé captura informações para prever os movimentos futuros da cadeia do leite e sua rede de abastecimento em “uma arquitetura de dados com mais de seis milhões de combinações diárias”.
As ferramentas da Gerdau conseguem “avisar” com antecedência o melhor dia para a empresa fazer compras e aproveitar as melhores oportunidades.
Já a Vale desenvolveu modelos computacionais capazes de prever níveis perigosos de precipitação, e, em caso de tempestade, “retirar os empregados do local de trabalho antecipadamente”. Quanto às populações do entorno, nenhuma palavra.
A reportagem não esclarece que tais ferramentas ultrassofisticadas devem eliminar empregos. Muito menos, mostram que elas só existem por causa da enorme base de dados fornecidos gratuitamente por milhões de consumidores e do sequestro dos saberes e habilidades dos trabalhadores das áreas envolvidas.
São dados públicos apropriados por uma dúzia de monopólios. Deveriam estar alimentando um amplo e ágil sistema de planejamento estatal. Um sistema capaz de equilibrar a economia, distribuir recursos de modo socialmente mais justo e evitar impactos ambientais e humanos desastrosos.
É uma força produtiva que poderia fazer maravilhas em uma sociedade socialista, mas está submetida às destrutivas e injustas relações de produção capitalistas.
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Boa. Verdade.
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