Convidado a ir a um resort superluxuoso para debater com cerca de cem banqueiros, fui apresentado como um futurólogo.
Realmente, como humanista que escreve sobre o impacto da tecnologia digital nas nossas vidas, sou frequentemente confundido com um explorador do futuro. Mas nunca gostei muito de especulações desse tipo, especialmente diante de pessoas muito ricas.
Logo, ficou clara a verdadeira preocupação do grupo: Nova Zelândia ou Alasca? Qual região será menos impactada pela próxima crise climática? Só piorou a partir daí. Qual era a maior ameaça: as alterações climáticas ou a guerra biológica? Um abrigo deve ter seu próprio suprimento de ar? Qual é a probabilidade de contaminação das águas subterrâneas? Finalmente, o executivo-chefe de uma corretora explicou que havia quase concluído a construção de seu próprio bunker subterrâneo e perguntou: “Como posso manter a autoridade sobre os homens de minha força de segurança após o evento?” O evento. Esse era o eufemismo deles para colapso ambiental, agitação social, explosão nuclear, tempestade solar, pandemia ou um vírus malicioso de computador que destrói tudo.
Então, eu, descaradamente, sugeri que a maneira de garantir que seu chefe de segurança não cortasse sua garganta, amanhã, seria pagar uma festa de aniversário para a filha dele, hoje. Eles gargalharam. Pelo menos, eu os estava divertindo.
O relato acima é do livro “A sobrevivência dos mais ricos: fantasias de fuga de bilionários da tecnologia”, de Douglas Rushkoff, ainda sem edição nacional. É a experiência de um teórico marxista dos meios de comunicação contratado para explicar a ricaços onde instalar e como planejar seus bunkers do Juízo Final.
A leitura promete...
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Ora, (direis) explorar as estrelas!
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