O reajuste do salário mínimo continua em debate. As principais propostas defendem não mais que uns 8% de aumento. Enquanto isso, os 10 maiores bancos brasileiros tiveram lucros 28% acima dos verificados em 2009.
São números da reportagem de Roberta Scrivano publicada em 23/02 em O Estado de S. Paulo. Nela, um analista da consultoria Austin Rating explica os bons resultados. Segundo Luís Miguel Santacreu, devem-se principalmente ao aumento no crédito e à diminuição das perdas com calotes.
Ou seja, muita gente pegando dinheiro emprestado e pagando em dia. Seria bom, não fossem os juros ao consumidor na casa dos 90% anuais. O enorme lucro dos bancos é produto da imensa diferença entre compras à vista e aquisições a prazo. As primeiras, acessíveis a muito poucos.
E por falar em minoria, em 20/02, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou dados do Banco Central da Suíça. Eles revelam que “brasileiros mantêm ao menos US$ 6 bilhões” em bancos daquele país. Trata-se de números oficiais. A reportagem diz que ex-funcionários de bancos na Suíça avaliam que o montante real pode ser 10 vezes maior.
A matéria informa também que, entre 2005 e 2009, “o BC suíço aponta a entrada de mais US$ 1,1 bilhão do Brasil”. É o maior volume entre os chamados “países emergentes”. Com isso, o “total da fortuna mantida por brasileiros na Suíça já é superior aos de China, Índia e Arábia Saudita”.
Mesmo quando as coisas melhoram para o povo, sua vida continua muito pior que a de sua elite. E tamanha abundância para poucos é conseqüência de grandes privações para muitos.
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