Desde meados de maio, pipocam greves entre os metalúrgicos no País todo. Uma greve de advertência de 24 horas paralisou a General Motors de São José dos Campos. Na unidade de São Caetano do Sul foram quatro horas de paralisação. No Paraná, a fábrica de caminhões e ônibus da Volvo, em Curitiba, a greve foi de três dias. Já na Renault, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, bastou uma ameaça de greve para que a montadora aceitasse a proposta dos trabalhadores.
A onda de lutas está conquistando vitórias. Mas, há um problema. Elas têm como principal bandeira de luta o aumento do valor da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Um tipo de remuneração que começou a ser adotado juntamente com o avanço do neoliberalismo no Brasil. E não é para menos.
O pagamento da PLR pode fazer com que as categorias deixem em segundo plano a luta por reajuste salarial. E este incorpora-se aos salários, servindo de base para futuros reajustes. Outro problema grave é que a negociação tende a ser descentralizada. Ficam de fora, por exemplo, os terceirizados.
Por fim, embute a lógica de que lucros são bons para patrões e empregados. O que é falso. A razão de ser do capitalismo é a exploração da força de trabalho dos trabalhadores. Ceder parte dos lucros jamais compensará essa desigualdade. Do contrário, não estaríamos sob o capitalismo.
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Sergio Domingues, vamos por parte. As empresas terceirizadas nada mais é que um mecanismo para tirar do patrāo responsabilidades diretamente com o empregado e isto tem que ser combatida porque sāo pessoas com potencial que nāo conseguem trabalho de uma outra forma. Veja, se o trabalhador recebe mísero aumento e encontrou na Participaçāo dos Lucros de sua empresa uma parecela que vai incorporar no salário, isto se chama avanço da classe trabalhadora e justiça com eles. Fique certo que estas categorias sabem o que estāo fazendo e se há transparência nos Lucros, eles só tem a ganhar. Estar sob o capitalismo, dinheiro concentrado nas māos de poucos, chama-se ganância obtida através de força de trabalho originada pelos trabalhadores, fruto desta riqueza, pois do contrário sem a māo-de-obra seja especializada ou nāo, os patrões (capitalista) iriam para o prejo.
ResponderExcluirCara Maria de Lourdes, vamos por partes. Que eu saiba PLR nunca se incorpora ao salário. Transparência nos lucros é muito difícil, mas mesmo que isso aconteça, ela não basta. Balanços de empresas não revelariam a dimensão da exploração capitalista, mesmo que os patrões quisessem (eles não querem). A ciência contábil não foi feita pra isso.
ExcluirObrigado pelo comentário.
Abraço