“Mulheres lançam protesto para dirigir na Arábia Saudita”, diz a manchete da Folha. É isso mesmo. Conduzir automóveis é proibido para mulheres, no país árabe.
Ontem, Barack Obama fez um discurso sobre o “mundo árabe”. Puxou a orelha das ditaduras da região. Apoiou os rebeldes no Oriente Médio e no norte da África. Condenou a repressão a protestos pelos regimes da Líbia e da Síria. Disse que israelenses devem chegar a um acordo, criando dois Estados. Grande parte dessa confusão toda é culpa do imperialismo americano.
Obama tenta agir como se tivesse chegado agora. Não tivesse nada ver com isso. Mas, foi suave com a ditadura que governa o Barhrein. Só pediu “mais diálogo” entre governo e oposição. Neste pequeno país, o regime tem respondido aos protestos populares com sentenças de morte e detenções em massa. É nele que fica estacionada a Quinta Frota da Marinha norte-americana. Daí, a suavidade do discurso do imperador de plantão.
Já a Arábia Saudita, não foi citada por Obama. Afinal, o país é um dos maiores aliados dos Estados Unidos e da Europa na região. Abriga poderosas bases militares americanas. Possui as maiores reservas mundiais de petróleo.
O protesto feminino pode não assustar. Mas, é um sinal de perigo. É na Arábia Saudita que fica Meca. A cidade recebe 13 milhões de fiéis por ano. E se a ditadura saudita for ameaçada por manifestações populares? Se o apoio aos Estados Unidos correr risco? Se for necessária uma intervenção militar para impedir isso? Toda essa confusão no país em que fica capital mundial dos muçulmanos? Melhor nem falar do assunto, mesmo!
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