Em 31/01, o coletivo Anonymous iniciou ataques a sites de instituições bancárias brasileiras. Os principais alvos foram Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander. Não teria havido roubo de dados de clientes. Apenas dificuldades para acessar os sites bancários.
A intenção do coletivo seria chamar a atenção para “a corrupção e a podridão da política nacional”. Mas dificilmente ações desse tipo serão capazes de mobilizar a população. De qualquer maneira, o episódio revela contradições interessantes.
Uma das formas utilizadas nos ataques aos sites dos bancos é o uso de “máquinas zumbis”. Ou seja, os “hackers” instalam vírus em milhares de máquinas conectadas à internete. Em certo dia e hora ordenam que as máquinas infectadas acessem os sites bancários de uma vez só.
Em dezembro de 2010, o Anonymous promoveu ataques desse tipo a empresas de cartão de crédito. Era uma represália ao boicote das financiadoras ao site Wikileak. Na época, Jonathan Wood, analista da empresa Global Risks, disse o seguinte: “O gênio saiu da garrafa e pode ser muito difícil colocá-lo nela novamente”.
Mas quem foi que prendeu o tal gênio? Resposta: o próprio sistema capitalista. Afinal, foi ele que criou essa grande rede. Amarrou a criatividade cibernética a um emaranhado global a serviço da transação de valores. Despertou a cobiça ou a ira dos hackers. E forneceu a eles até seus robôs-zumbis.
Os hackers não são os coveiros do capitalismo de que falava Marx. Só poderão sê-lo juntando-se à luta dos explorados. Mas suas ações não deixam de revelar mais uma contradição causada pelo próprio funcionamento do sistema.
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