Segundo
os entrevistados, o PCC tem uma hierarquia pouco tolerante a lideranças
autoritárias. Seria responsável pela diminuição dos homicídios nas prisões e
nas comunidades pobres. Também teria banido o crack nos presídios e em muitos
lugares da periferia. Tudo isso em nome de alguns valores morais. Quase uma
ideologia.
Podem-se
tirar as conclusões mais sensatas ou delirantes disso tudo. Mas uma coisa ficou
bem clara na entrevista. Perguntados sobre o que poderia enfraquecer ou acabar
com o PCC, as respostas foram parecidas: “... seu fortalecimento está
diretamente ligado às formas de opressão que o Estado dirige à população
carcerária”, diz Karina.
Gabriel
destaca o “desemprego e a fragilidade da garantia do direito à segurança dos
mais pobres”. Mas, conclui, “radicalizar a repressão e o encarceramento só me
parecem colocar mais água nesse moinho”.
Camila
afirma que não sabe como “acabar com o PCC”, mas tem uma certeza:
...o
aumento da repressão dentro e fora das prisões, a carta branca que parece ter a
polícia para matar na periferia e outras formas mais de desrespeito aos
direitos da população pobre da periferia e dos presos, são elementos que
fortalecem o PCC...
Ou
seja, é a política de segurança ultraconservadora dos últimos governos paulistas que fortalece o PCC. Os tucanos dão de comer às feras que ajudaram a criar.
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PCC e acumulação primitiva de violência
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