Em 20/02/2014, Luis Fernando
Veríssimo publicou a crônica “O alarme” em O Globo. Ele cita o filme de Stanley
Kubrick “2001 — Uma odisseia no espaço”. Lembra que a produção baseia-se no
conto de Arthur C. Clarke “O sentinela".
Na obra de Clarke, o monólito
negro que é descoberto enterrado na Lua é uma espécie de alarme. Uma vez
localizado, dispara um sinal para seus criadores extraterrestres. Esse sinal
indicaria que a raça humana finalmente havia alcançado o desenvolvimento
tecnológico necessário para alcançar as estrelas.
Veríssimo utiliza essa ideia
para especular sobre os destinos da humanidade. Os eventos cada vez mais
violentos, as crises crescentemente agudas, as catástrofes aparentemente mais
numerosas. Antes disso, o fascismo, o nazismo, as bombas atômicas.
Tudo
isso não indicaria que já passamos do momento em que um alarme já deveria ter
soado, pergunta o cronista. “Quando chegará o momento, diz ele, que nos
convencerá que isto aqui não tem jeito mesmo, e a procurar uma saída? Será que
o momento já veio e já foi, e nós não notamos?”.
Difícil saber. Mas uma ou
outra notícia pode aliviar o peso dessa dúvida. Uma delas apareceu nos jornais
em 21/02: “Bebê inconsciente é salvo durante engarrafamento nos EUA".
Trata-se de uma mulher que deixou o filho de três anos em seu automóvel para
fazer respiração boca a boca em um bebê de cinco meses que parara de respirar.
É uma notícia simples e
delicada demais para fazer frente às outras inúmeras, brutais e complicadas.
Mas nos dá a esperança de que existam outros tipos de alarme. Precisamos ficar
atentos a eles também.
Leia também: A
casa das estrelas e as fábricas de zumbis
Lindo, muito sutil
ResponderExcluirAmo suas pílulas.Elas nos estimula a continuar acreditando que outro mundo é possível, mas que as forças contrárias são muitas.
ExcluirQue tal escrever algo sobre a situação da Venezuela?
Valeu, Marião!
ExcluirObrigado, nupa. Vou escrever sobre a Venezuela, mas é preciso esperar um pouco pra que um texto tão pequeno com os que faço não fique muito superficial, leviano, etc.
ExcluirAbraço