O físico
Stephen Hawking teria afirmado, recentemente, que buracos negros não existem. Buracos negros são os
restos mortais de imensas estrelas. Eles geram uma enorme força gravitacional que
arrasta para seu interior tudo que está a sua volta, inclusive a luz.
Se Hawking está certo ninguém
sabe. Mas na economia capitalista, a existência de algo parecido aos buracos
negros parece confirmada. A enorme concentração mundial de riqueza só faz
aumentar. E isso foi admitido no último Fórum Econômico Mundial, realizado em
Davos. Durante o evento foi divulgada a pesquisa “Trabalhando para Poucos”, da
ONG inglesa Oxfam.
O estudo revela que o
patrimônio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale às posses de metade da
população mundial. Este minúsculo grupo concentra US$ 1,7 trilhão. Valor que
equivale aos bens das 3,5 bilhões de pessoas mais pobres do mundo. Além disso, a
riqueza do 1% das pessoas mais ricas do planeta equivale a US$ 110 trilhões. Ou
65 vezes a riqueza total da metade mais pobre da população mundial.
Essa tendência vem se agravando
desde a crise de 2008. Nos Estados Unidos, país mais capitalista do mundo e onde
a crise começou, a concentração de riqueza continua aumentando. No estudo da
Oxfam, 95% dos ganhos de renda verificados a partir de 2009 naquele país ficaram
com o 1% mais rico. São números que ofuscam até os mais negros dos buracos. Mas
trata-se de um fenômeno que Marx já havia previsto ao estudar as primeiras
crises capitalistas.
Não custa lembrar também que a
palavra revolução chegou ao vocabulário político inspirada em um dos movimentos
dos corpos celestes.
Leia também: O
nosso otimismo e o pessimismo deles
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