“Calor já freia a economia e
previsão para o PIB cai a 1%”, disse o Globo em 17/02. Segundo a notícia, altas
temperaturas e pouca chuva levariam a racionamentos de água e de energia. Essa
combinação pressionaria a inflação e traria prejuízos à atividade econômica.
Dizem que previsões
econômicas só costumam ser mais precisas que as meteorológicas. Mas
independente disso, o fato é que uma forte frente fria realmente pode estar
prestes a chegar à economia. E não apenas no Brasil.
Em recente artigo, Immanuel
Wallerstein prevê, para breve, tempos ruins para a economia mundial. O texto
publicado no Opera Mundi, em 08/02, é “Crise dos ‘emergentes’ ou do Sistema?”. Segundo
o autor nas duas últimas semanas de janeiro, o Wall Street Journal, o Financial
Times, o Main Street, a agência Bloomberg, o New York Times e o FMI alertaram
para o possível “colapso” dos “mercados emergentes”.
O baixo crescimento chinês é
uma das causas. Outra delas é a recuperação econômica americana. Apesar de pequena,
tem atraído de volta os dólares que andaram circulando pela periferia mundial. Mas
nem nos Estados Unidos, nem na Europa há sinais de tempo bom. E as esperanças
que foram depositadas nos “emergentes” no início do colapso econômico se
dissiparam como nuvens passageiras.
O radar do articulista indica
pânico nas notícias dos jornalões que citou. Elas mostrariam que a crise pode deixar
de ser cíclica para torna-se estrutural. “Não pode ser resolvida com
paliativos, mas com a invenção de um novo sistema”, diz ele. Mas não sem antes
provocar muitos raios e trovoadas, diríamos nós.
Leia também: O
buraco negro da desigualdade capitalista
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