Em janeiro, completaram-se os
95 anos da morte de Rosa Luxemburgo. A obra da grande revolucionária polonesa
ainda é pouco conhecida. Uma lacuna que a esquerda terá que preencher se quiser
realmente transformar o mundo.
Uma de suas obras mais
interessantes é “O Socialismo e as
Igrejas”, publicada em 1905. Lembrando o ódio da alta hierarquia católica aos
revolucionários, Rosa lembra:
...é chocante notar que os
padres de hoje, que combatem o comunismo, condenam, na realidade, os primeiros
apóstolos cristãos. Estes não passaram, de fato, de ardentes comunistas.
A confirmar essa avaliação,
Rosa cita os versículos 32 a 45 do capítulo 4 dos Atos dos Apóstolos. É uma
descrição da primeira comunidade cristã de Jerusalém:
Todos os que abraçaram a fé
estavam unidos e tudo partilhavam. Vendiam as suas propriedades e os seus bens
para repartir o dinheiro apurado entre todos, segundo as necessidades de cada
um.
A multidão dos fiéis tinha
uma só alma e um só coração. Não chamavam de própria nenhuma de suas posses: ao
contrário, tinham tudo em comum. Não havia indigentes entre eles... A cada um
era repartido segundo a sua necessidade.
Felizmente, desde então,
surgiram tendências e correntes internas aos cristãos que procuram honrar seus primeiros
antepassados. Por isso mesmo, vêm sofrendo enorme perseguição há décadas.
Principalmente, a partir do papado de João Paulo 2º.
O último papa procura
demonstrar maior sensibilidade social. Mas seria necessário muito mais que
isso. A começar pela venda do gigantesco patrimônio da Igreja Católica e sua
partilha entre os pobres. Milagre que jamais chegaremos a presenciar.
Leia também: As
origens igualitárias da fé muçulmana
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