A propaganda partidária do PMDB exibida em 26/02 começa com uma loira vestida como
executiva percorrendo corredores à meia luz. Passa por algumas figuras
conhecidas como Kátia Abreu, Eduardo Cunha e Michel Temer.
Não à toa, logo descobrimos que ela circula por bastidores.
Depois de adentrar um palco, assume seu lugar de apresentadora, afirmando que
em 2014 “vivemos um momento de efervescente democracia”. Olhando para os
dois lados de um público imaginário diz que o Brasil ficou “dividido nas
opiniões”. Refere-se às eleições presidenciais, claro.
Alguns foram muito impetuosos e outros cometeram excessos, diz ela. O mais
importante, porém, é que “democrática e legitimamente o Brasil escolheu os seus
representantes”. Elegeu os responsáveis por conduzir o País nos próximos anos.
Mas como todos queremos um país “eficiente, justo, decente” não há divisão, diz
a loira de olhos claros.
Entra Michel Temer. Fala sobre a necessidade de apurar as responsabilidades
pela corrupção, mas que isso não deve afetar a adoção de uma “agenda positiva”.
O tom é o mesmo quando falam ministros como Kátia Abreu, da Agricultura e
Eduardo Braga, das Minas e Energias. Renan Calheiros fala em humidade, vejam
só. Eduardo Cunha se apresenta como um dos escolhidos para representar a
sociedade.
Michel Temer encerra o programa. Antes de dar seu boa noite, o vice-presidente agradece
em nome de “nós, os escolhidos”.
Nenhuma palavra sobre o governo petista ou sua titular. Afinal, como diz a
abertura do programa: “Não são as estrelas que vão me guiar. São as escolhas
que vão me levar”. Pelo jeito que falam e agem, parece que já levaram.
Leia também: O impeachment e o parlamentarismo
peemedebista
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