A presença feminina nas revoluções é muito maior do que parece. É o que mostra,
por exemplo, Tania Machado Morin em artigo publicado na edição “Revista de
História” de dezembro de 2010.
Segundo o texto, pelo menos, 80 mulheres pegaram em armas na Revolução
Francesa. Quase todas filhas de pequenos camponeses e artesãos. Mas a
participação feminina não se limitou ao papel de bucha de canhão. Foram elas
que detonaram muitos processos revolucionários.
Em 18 de março de 1871, o governo francês tentou retirar alguns canhões de Paris.
Como na cidade só restou o povo pobre, o objetivo era abandoná-la ao massacre
pelos inimigos prussianos. Algumas mulheres viram a manobra
traiçoeira e deram o alarme. Começava a Comuna de Paris.
Nesta que foi a primeira revolução operária da
história, cerca de três mil mulheres trabalharam nas fábricas de armas e
munições. Um batalhão feminino da Guarda Nacional foi formado por 120 combatentes
que lutaram nas barricadas de Paris.
Em fevereiro 1917, na Rússia, operárias têxteis iniciaram uma
greve contra as orientações do partido bolchevique. A paralisação mostrou-se
acertada. Detonou o primeiro estágio da revolução socialista
que triunfaria em outubro daquele ano.
No calendário ocidental, a data do início da greve desautorizada e vitoriosa correspondia
a 8 de março. Fato convenientemente esquecido até por muitos historiadores de
esquerda, muitos deles igualmente marcados pelos machismo.
As revoluções sociais são momentos em que se estouram todos os limites do
conservadorismo. O mais ancestral deles é o machismo. Não há revolução possível
sem a rebeldia feminina. Inclusive contra os preconceitos dos que lutam ao
lado delas.
Leia também:
1917: operárias russas atropelam
bolcheviques
Os bolcheviques contra a família e por
liberdade sexual
Massa.
ResponderExcluirObrigado,
ExcluirAbraço