“2017
pode registrar aumento significativo do trabalho automatizado”, diz matéria
publicada na BBC News, em 01/01.
A
reportagem diz, ainda, que pesquisa recente da Universidade de Oxford, no Reino
Unido, “sugere que cerca de metade dos postos de trabalho existentes hoje nos Estados
Unidos serão automatizados até 2033”.
E não
se trata apenas de profissões braçais. Marketing, Medicina, Direito e Jornalismo
também estão na lista, afirma o texto. Ou seja, mais desemprego.
Por
trás de todo esse processo está o algoritmo. Este onipresente mecanismo que
transforma rotinas de trabalho em comandos de computador e possibilita a
criação da chamada “Inteligência Artificial”.
Yuval Harari, em seu livro “Homo Deus”, diz mais ou menos
o seguinte sobre o assunto:
Os antigos caçadores-coletores
dominavam grande variedade de aptidões para poderem sobreviver (...). No
entanto, nos últimos milhares de anos nós nos especializamos. Um motorista de
táxi ou um cardiologista se especializam num nicho muito mais estreito do que o
de um caçador-coletor, o que facilita sua substituição por inteligência
artificial.
Ainda segundo ele, as pesquisas científicas sobre a mente
e a experiência humanas “em geral são realizadas com pessoas de sociedades
ocidentais, instruídas, ricas e democráticas”. Uma amostra pouco representativa
da humanidade. Portanto, o “estudo da mente humana pressupôs, até o presente,
que o Homo sapiens é Homer Simpson”, diz Harari.
A explicação
peca, principalmente, por menosprezar o salto decisivo em direção à simplificação
mental dado pelo capitalismo. A Inteligência Artificial tornou-se tanto mais ameaçadora
quanto mais imperativa tornou-se uma lógica que nos reduziu a apertadores de
parafusos. E, muito recentemente, também dos botões “curtir”.
Leia também:
O Homo Deus e sua divina encrenca
O Homo Deus e sua divina encrenca
Nenhum comentário:
Postar um comentário