Um
“meme” circulava pelas redes durante o segundo turno das eleições
presidenciais: “Eu acredito em Bolsonaro. Por isso, meu voto é Haddad!”.
Em
15/01/2019, Bolsonaro cumpriu uma de suas promessas eleitorais mais importantes
e graves. O desmonte do Estatuto do Desarmamento.
No
mesmo dia, porém, o Datafolha divulgava dados mostrando que apenas alguns itens
da agenda bolsonarista contam com apoio popular em percentuais próximos aos de
sua votação.
É
o caso do controle da imigração e da redução da maioridade penal. Já pautas
como o próprio armamento da população, Escola sem Partido e alinhamento ao
governo estadunidense são reprovados com percentuais próximos a 70%.
Em
editorial publicado em 19/01, a Folha chega a afirmar que o núcleo principal
das propostas de Bolsonaro obtém apenas 14% de apoio firme.
É
tentador ver nesse descompasso um “estelionato eleitoral” que nos permitiria arrancar
importantes vitórias contra o governo. Mas se aprendemos alguma coisa com as
últimas eleições, foi que as avaliações que tínhamos sobre o ânimo popular se
mostraram bastante equivocadas.
E
deveríamos ter aprendido também que não é possível limitar nossa atuação ao
interior e à cúpula das instituições para garantir a defesa dos interesses da
maioria explorada e oprimida.
A
principal disputa continua a ser aquela feita na vida cotidiana, nos locais de trabalho,
nas iniciativas coletivas e solidárias de organização e mobilização.
O
problema é que, por enquanto, estamos como os entrevistadores dos institutos de
pesquisa. Vendo as partes, sem condições de enxergar o todo.
Com
o agravante de que muitos de nós nem mesmo saíram a campo para começar a
descobrir o que está acontecendo.
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narcisos da esquerda não ouvem música sertaneja
Bom. Dado importante e entendimentos mais ainda.
ResponderExcluir'Diante de um fascista que utilize os meios da fé e do misticismo, isto é, os meios da sexualidade e da libido, esse indivíduo volta para ele toda a sua atenção, não porque o programa fascista lhe diga mais do que o programa revolucionário, mas porque a entrega ao führer e à sua ideologia lhe proporciona um alívio momentâneo da sua permanente tensão interior. [...]É preciso conhecer nos bastidores a vida desses 5 milhões de indivíduos socialmente oprimidos, "apolíticos", indecisos, para poder compreender o papel desempenhado de um modo silencioso e secreto pela vida privada, isto é, essencialmente, pela vida sexual, no amplo processo da vida social. Não é possível captar isso estatisticamente; também não somos partidários de um ilusório rigor estatístico dissociado da realidade da vida, quando é certo que Hitler conquistou o poder negando as estatísticas e explorando as baixezas da miséria sexual." (Reich - Psicologia de Massas do Fascismo, 1988, p. 163)
ResponderExcluirNossa, perfeito!
ExcluirValeu, Miojo!