Coca-Cola, Levis, Unilever, Pepsi e Ford são algumas das empresas que deixaram de anunciar seus produtos no Facebook. A iniciativa faz parte da campanha “Stop Hate for Profit” (“Pare de lucrar com o ódio”).
Sua motivação principal é a ampla e livre circulação de conteúdo de ódio e racismo no Facebook sem que seu controlador, Mark Zuckerberg, faça nada para impedir. Desde seu lançamento, em meados de junho, mais de 240 marcas se uniram à iniciativa.
Apesar disso, Zuckerberg não parece abalado. E com razão. O fato é que o faturamento de seu negócio está pulverizado por milhões de pequenos anunciantes. O boicote dos grandes representaria algo como 5% ou 6% de perdas.
Até houve alguma desvalorização das ações da empresa, mas confiar na ética das bolsas para castigar corporações inescrupulosas é ingenuidade demais. Não à toa, o valor de mercado da empresa está próximo do US$ 1 trilhão, mesmo após as denúncias de envolvimento em resultados eleitorais em várias partes do mundo.
O fato é que o Facebook sequestrou grande parte da esfera pública mundial. Cerca de 30% da população global são seus usuários. São uns 2,6 bilhões de pessoas. Poucos Estados têm tanta influência ou contam com tamanha liberdade para agir sem ter que prestar contas a ninguém.
Thomas Hobbes defendia a necessidade de um estado forte e absoluto para impedir que o “homem se tornasse o lobo do homem”. Era o “Leviatã”. Os estados nunca conseguiram cumprir essa função. Ao contrário, sempre defenderam os lobos.
O Leviatã de Zuckerberg também atiça a alcateia e destrói a democracia. Mas lucra diretamente com isso.
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