Vamos a mais algumas conclusões interessantes retiradas do livro “A China venceu?”, de Kishore Mahbubani.
Ao contrário da União Soviética, a China não está tentando desafiar ou ameaçar
a ideologia americana, diz ele. Ao tratar o desafio chinês de modo semelhante à
antiga estratégia soviética, os Estados Unidos estariam cometendo um erro
estratégico clássico: “travam uma guerra de amanhã com estratégias de ontem”.
Segundo Mahbubani, um dos equívocos estadunidenses é achar que os chineses
estão travando uma guerra ideológica. Ao contrário disso, afirma o autor:
A China não acredita que tenha como missão "universal" promover a civilização chinesa e incentivar todos os demais povos da humanidade a imitá-la. Já os americanos acreditam sinceramente que defendem valores universais e que o mundo seria um lugar melhor se todos os adotassem e os implementassem.
Para o autor, o maior erro que qualquer líder chinês poderia cometer seria
adotar uma postura rígida, ideológica e doutrinária. Embora muitos deles reafirmem
seu compromisso com Marx e Mao, afirma Mahbubani, também sabem que essas
referências devem ser colocadas em prática de maneira flexível.
O grande responsável pela adoção desse pragmatismo foi Deng Xiaoping, que começou a mudar os rumos da China
em 1978, após a morte de Mao Tsé-Tung. Na época, ele deixou claro sua política
com a seguinte frase: “Não importa a cor do gato, desde que ele cace o rato”.
“Quem não tem cão, caça com gato”, diz um famoso ditado ocidental. Para azar do
imperialismo estadunidense, o capitalismo mundial pode resolver descartar o cão
ianque, cada vez mais lento e míope, para adotar o ágil e dissimulado gato
chinês.
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