Como diz Kishore Mahbubani em seu livro “A China venceu?”:
O país está deixando de se tornar a sociedade de classe média que seus fundadores trabalharam para criar como uma reação ao feudalismo que os colonos deixaram para trás na Europa.
Enquanto isso, diz
ele, os 50% da população chinesa que viviam na pobreza extrema em 1981 foram
reduzidos a menos de 5%, atualmente. Ou seja, agora é a classe
média chinesa que estaria em forte crescimento.
Mas, observa Mahbubani:
A história europeia nos ensinou que a sociedade feudal foi destruída com mais eficácia quando o capitalismo produziu classes médias que desafiaram a autoridade estabelecida.
Claro que não há nada
de feudal na China contemporânea. Mas uma grande classe média costuma exigir
maior participação política. E ainda que suas exigências não sejam
necessariamente por mais democracia, podem incomodar e desestabilizar os regimes
mais sólidos.
Por outro lado, arrisca Mahbubani:
Enquanto o governo chinês continuar a proporcionar crescimento econômico (com melhorias nas condições de vida, incluindo melhores condições ambientais) e estabilidade social e política, o povo chinês aceitará o governo do Partido Comunista.
É verdade. Mas a China
não está imune às contradições cada vez mais agudas do sistema capitalista
global. Ao contrário, está cada vez mais exposta a elas. Portanto, seria
importante acolher com moderação o otimismo de Mahbubani em relação à
estabilidade do império chinês.
Leia também: Estados
Unidos x China: mandarinatos esclerosados
É Sergio, mas vai demorar.
ResponderExcluirBom, tudo na China tá indo muito rápido. Mas também não acho que seria necessariamente bom para a luta dos explorados...
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