Em seu livro “A China venceu?”, Kishore Mahbubani explica de forma surpreendente porque a instauração de uma democracia não daria certo na China. Vejamos:
Se, repentinamente, a China se tornasse uma democracia típica, diz ele, as vozes políticas que dominariam seu cenário político não seriam calmas e tranquilizadoras como as de líderes como Kennedy ou Obama. O mais provável é que assumissem o comando nacionalistas raivosos, como Donald Trump.
Um governo chinês eleito democraticamente estaria sob grande pressão política para fazer o que Trump fez: retirar-se de acordos comerciais com os Estados Unidos e remover todas as restrições ao rápido desenvolvimento econômico da China.
Em vez disso, um PCC não democrático pode fazer cálculos de longo prazo sobre o que seria bom para a China e o mundo. Seria baseada nisso que a liderança chinesa decidiu manter-se no Acordo de Paris, sobre emissão de gases-estufa.
Teoricamente, os partidos comunistas chinês e soviético são organizações muito parecidas. Mas na prática, são opostas, diz Mahbubani. O partido chinês não é dirigido por velhos e poderosos burocratas. Em vez disso, tornou-se um sistema de governança meritocrático, que permite apenas a seus melhores quadros chegarem aos níveis mais altos, afirma o autor.
Além disso, as lideranças chinesas alegam que ao falar em promover a democracia em seu país, o verdadeiro objetivo dos Estados Unidos é criar uma China desunida e caótica.
Difícil discordar diante do histórico golpista dos Estados Unidos. Mas as conclusões de Mahbubani também explicitam a farsa em que se transformaram os ideais democráticos sob o sistema capitalista.
Voltaremos ao tema na próxima e última pílula desta série.
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