A empresa é uma das maiores do mercado financeiro nacional e, como lembra o autor, “aderiu, entusiasmadamente em 2018, à candidatura Jair Bolsonaro”, como se tratasse da candidatura favorável às forças do livre mercado.
Avritzer pergunta por que “o empresário brasileiro defende petróleo caro, nega pesquisas e aplaude um governo e uma proposta política que nega os princípios mais básicos do liberalismo econômico em torno do próprio liberalismo?”
Ele responde com a seguinte hipótese:
Formou-se no Brasil um lumpen empresariado. Marx no livro 18 Brumário falava de “lumpen proletariado” e o definia da seguinte forma: pessoas de “… duvidosos meios de vida e de duvidosa procedência, junto a descendentes degenerados e aventureiros da burguesia, vagabundos, licenciados de tropa, ex-presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos… etc.”. Nos dias que correm no Brasil, eu arriscaria dizer que essa definição retrata bem o empresariado bolsonarista e seus líderes.
Segundo ele, “não existe nada de liberalismo na representação conceitual desse grupo de empresários. Há apenas interesses econômicos de curto prazo, de predação e rentismo do Estado. A atitude da XP, representante por excelência dessa nova concepção de capitalismo extrativo e predatório”.
A definição faz sentido. Mas concorre com outras em circulação nos debates da esquerda. É o caso daquela que foi adotada pelo filósofo Paulo Arantes, que prefere caracterizar esse empresariado nacional tosco como representante de um “capitalismo jagunço”.
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Boa, gostei de tudo dessa Pílula, do título até essa nova categoria que não conhecia mas que é bem apropriada: lúmpen empresariado. Melhor seria lúmpen burguesia mesmo. É isso aí, com o lúmpen proletariado temos que conversar, mas com essa lúmpen burguesia, não. Essa burguesia vagabunda, violenta, cretina e entreguista.
ResponderExcluirValeu!
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