Em julho de 2021, Jeff Bezos subiu a bordo de um foguete em uma pequena cidade no oeste do Texas e voou para o espaço.
Após uma viagem de onze minutos, o dono da Amazon pousou e agradeceu a seus funcionários e clientes, “porque foram eles que pagaram” pela empreitada. Emocionado, afirmou ainda que “em duzentos anos, o sistema solar poderá suportar facilmente um trilhão de humanos”.
Bezos gastou US$ 5,5 bilhões em sua empresa espacial. Esse montante poderia salvar 14 milhões de pessoas da fome, não nos próximos dois séculos, mas agora. Em plena pandemia, também poderia fornecer dois bilhões de doses de vacina contra o COVID-19. E apenas uma pequena fração disso poderia financiar as licenças médicas que a Amazon cobra de seus funcionários como faltas ao trabalho que os adoece.
O relato acima está no livro “Davos Man”, de Peter S. Gooldman. É mais um exemplo do tipo de comportamento dessa criatura que o autor batizou de “Homem de Davos”. Aventuras espaciais são uma obsessão da espécie. É o caso de Elon Musk, com sua SpaceX e planos para colonizar Marte.
O fato é que as bilionárias fantasias intergalácticas desses senhores são financiadas por coisas muito terrenas. Por exemplo, pela exploração de seus trabalhadores e pela sonegação sistemática de impostos. No caso de Musk, envolve também o apoio ao golpe de estado na Bolívia, ocorrido em 2019, de olho nas maiores reservas de lítio do mundo.
A despeito de suas ambições aeroespaciais, esses “davonianos” são, na verdade, os bichos mais rasteiros e repugnantes que o capitalismo poderia parir.
Concluiremos na próxima pílula.
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Ora, (direis) explorar as estrelas!
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