Em “As Bases Sociais da Questão Feminina”, documento publicado em 1909, ela diferencia claramente as feministas das operárias:
O mundo das mulheres está dividido, tal como o mundo dos homens, em dois campos: os interesses e aspirações de um grupo de mulheres aproximam-no da classe burguesa, enquanto o outro grupo tem ligações estreitas com o proletariado e as suas reivindicações de libertação abrangem uma solução completa para a questão da mulher. Por mais aparentemente radical que sejam as demandas das feministas, não se deve perder de vista o fato de que elas não podem, tendo em conta a sua posição de classe, lutar pela transformação fundamental da estrutura econômica e social contemporânea da sociedade, sem a qual a libertação das mulheres não pode ser completada.
Claro que muita coisa mudou nesse debate, desde então. Mas a revolução que Alexandra ajudou a construir trouxe medidas radicais e inéditas de emancipação feminina. Aboliu, por exemplo, a inferioridade legal das mulheres e extinguiu a obrigatoriedade do casamento religioso. Simplificou o divórcio e ampliou a garantia do pagamento de pensões alimentícias. Remuneração igual para trabalho igual entre mulheres e homens também ganhou força de lei.
Mais tarde a reação conservadora stalinista viria a enterrar muitas dessas conquistas. Mas elas nunca deixaram de servir como referência fundamental para a luta das mulheres em todo o mundo. Alexandra é mais uma personagem do livro “Parteiras da Revolução”, de Jane McDermid.
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