A melhor resposta à pergunta acima é: negando-se a defender incondicionalmente seu governo. O apoio a qualquer custo ao governo é a melhor maneira de facilitar o trabalho de oposição da extrema-direita na arena política, em geral, e nos movimentos sociais, em especial.
Sob os governos petistas anteriores, seus defensores afirmavam que o governo era disputado por dois grandes campos. De um lado, as facções burguesas financistas, arcaicas e entreguistas. De outro, os setores dinâmicos e produtivos da classe dominante, geradores de empregos e melhores remunerações. Aos movimentos sociais caberia defender suas conquistas sem fortalecer as piores alas da burguesia.
Já na situação atual, dizem os advogados do governismo petista, temos um governo que busca se credenciar como dirigente da direita democrática para impedir que ela seja cooptada pela direita fascista. E é melhor a esquerda não atrapalhar essa disputa.
Ocorre, em primeiro lugar, que a direita “dinâmica” ou democrática uniu-se à “entreguista” ou fascista no apoio ao golpe de 2016 e a Bolsonaro. Em segundo lugar, persiste uma forte base popular de sustentação da extrema-direita, como mostrou a recente manifestação bolsonarista na Av. Paulista. E, em terceiro lugar, a situação do País continua calamitosa para grandes parcelas da população. E a esquerda militante precisa manter ou reconquistar sua capacidade de representar os anseios populares que possam levar a grandes mobilizações por melhores condições de vida.
Um atalho muito curto rumo a uma nova vitória fascista é impor aos setores militantes da esquerda o papel de pelegos a serviço do governo petista. É permitir que a revolta popular fique sob o comando da extrema-direita.
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Perfeito, concordo em gênero, número e grau.
ResponderExcluirÓtimo. Com você, já somos dois. Rsss
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