Um interessante artigo foi publicado em 2023, na página do Partido Socialista dos Trabalhadores, da Inglaterra. Escrito por Ken Olende, seu título em tradução livre é “Como o Império Britânico exportou a homofobia”. Para provar a afirmação do título, o autor faz um histórico sobre o relativo respeito à diversidade sexual entre vários povos africanos antes do domínio colonial europeu. E dá alguns exemplos dessa situação:
- Nzinga, a mulher que liderou a resistência contra a invasão portuguesa de Angola a partir da década de 1620, era chamada de rei, se vestia como homem e tinha um “harém” de jovens que se vestiam como mulheres e eram suas esposas.
- Entre o povo Zande na África Central, guerreiros mais velhos se casavam temporariamente com guerreiros mais jovens.
- As guerreiras do povo Fon, no antigo Daomé, eram consideradas homens por causa de seu treinamento militar e muitas mantinham relacionamentos com outras mulheres.
- Em Gana, na década de 1940, relações lésbicas eram virtualmente universais entre as mulheres solteiras do povo Akan, às vezes continuando depois do casamento.
- Da mesma forma, entre os Langi, em Uganda, os mudoko dako ou “homens efeminados” eram tratados como mulheres e podiam se casar com homens.
Outros exemplos podem ser encontrados no artigo, mas Olende adverte que eles não são um modelo para o futuro. Apenas mostram que havia sociedades com ideias muito diferentes sobre sexualidade e gênero antes do domínio colonial. Por isso, é possível ter uma sociedade sem homofobia.
Infelizmente, a realidade no continente hoje é outra, com muitos governos e sociedades ainda rendidos ao conservadorismo contemporâneo ocidental.
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