Beto Mansur (PP-SP) foi prefeito de Santos e é candidato à reeleição para deputado federal. Em 21/07, no jornal “A Tribuna”, Mansur reconheceu uma condenação por fraude em licitação. Respondeu que “isso é normal em grandes prefeituras”.
É nojento, mas Mansur sabe que não tem muito a temer. Conta com uma tradição que persiste na política eleitoral brasileira. São 60 anos de “rouba mas faz”, lema atribuído a Ademar de Barros durante os anos 50.
Em 2007, o Estudo Eleitoral Brasileiro revelou que 40% da população adulta consideram que "é melhor um político que faça muitas obras, mesmo que roube um pouco, do que um político que faça poucas obras e não roube nada".
Uma conclusão apressada seria a de que impera a desonestidade entre nós. Não é bem assim. Os calotes no comércio, por exemplo, caem quando sobe a capacidade de pagamento da população. Os resultados da pesquisa referem-se à vida pública. Uma esfera que, no Brasil, sempre foi o lugar em que a elite negocia abertamente a ampliação de seus privilégios.
É assim desde a colônia até hoje. Lula não recomendou fechar os olhos para as obras das Olimpíadas? A população sabe que a escolha nunca foi entre “quem rouba, mas faz” e “quem não rouba e faz”. Roubar é a constante. Fazer é a dúvida. Governar para os ricos, a certeza.
É importante eleger candidatos que denunciem e combatam esse círculo vicioso. Mas para dar-lhe um fim de vez, só acabando com a política profissional. Colocando o poder de cabeça pra baixo. A isso costuma chamar-se revolução social.
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