A verdade é que a grande lavoura, conforme se praticou e ainda se pratica no Brasil, participa, por sua natureza perdulária, quase tanto da mineração quanto da agricultura.Passados 64 anos, a “grande lavoura” continua a imperar. De acordo com dados do IBGE, de 2006, as unidades rurais com até 10 hectares ocupam menos de 2,7% das terras do País. Já, as propriedades com mais de mil hectares concentram mais de 43% do total.
Agora, os latifúndios pertencem ao agronegócio. Por isso, seriam produtivos. Mas tudo depende dos objetivos da produção. Fábricas de armas também são produtivas. O fato é que as pequenas propriedades do campo empregam quase 75% da força de trabalho e produzem cerca de 60% dos alimentos.
Uma das prioridades do agronegócio é a produção de ração animal. Esta alimenta o gado, que destrói matas nativas e abre caminho para mais monoculturas. Outra prioridade é o agrocombustivel, para substituir o petróleo e o carvão. Com isso conseguimos a proeza de trocar combustíveis fósseis por combustível biológico, mantendo a lógica da destruição ambiental.
Em setembro, foi realizado o plebiscito popular sobre o limite da propriedade da terra. Cerca de meio milhão de pessoas votaram. Mais de 95% delas concordaram com a necessidade de limitar o tamanho das propriedades rurais. Uma vitória, se considerarmos o boicote da grande mídia e a vergonhosa omissão dos governos. Mas mostra que a reforma agrária será resultado da luta dos explorados e feita de baixo para cima.
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