Três milhões e meio de pessoas participaram de mais de 200 manifestações em toda a França, em 12 de outubro. Foi mais uma demonstração da radicalidade da luta dos trabalhadores na Europa.
Os protestos acontecem no quarto dia de greves e manifestações, iniciados em junho. O principal alvo do movimento são as propostas do governo em relação à previdência social. Principalmente, o aumento da idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos.
Para nós, parece estranho. Afinal, no Brasil, os trabalhadores vêm perdendo direitos previdenciários há uns 20 anos. Aposentar aos 62 anos de idade, já seria um luxo. Mesmo assim, não temos greves gerais há muito tempo.
Será que somos um povo passivo? Covarde? Conformista? Não, mesmo. Até uns 15 anos atrás, éramos exemplo de povo guerreiro. Diretas-Já, Greves Gerais, Fora Collor. Muita gente no mundo nos considerava rebeldes.
A resposta é muito complicada. Pra ajudar a pensar, duas questões importantes.
Primeiro, nosso atual governo nada fez para reverter os ataques contra os direitos dos trabalhadores. Foi eleito com grande apoio da esquerda, mas joga na retranca o tempo todo. É um recuo atrás do outro. A direita deita e rola. No futebol, já seria arriscado. Na política revolucionária, é desastre certo.
Segundo, a França tem uma história diferente da nossa. Lá, eles cortaram cabeças de reis. Construíram enormes organizações de trabalhadores. Enfrentaram o fascismo e duas guerras mundiais. Mas também passaram por governos de esquerda que trabalharam para a direita. Continuam tentando aprender com tudo isso.
É o que temos que fazer. Aprender sempre. Sem parar de lutar, jamais.
Temos mesmo muito o que aprender com o povo francês. Nossas histórias são diferentes, mas as perdas que temos sofrido no que se refere a direitos previdenciários, pelo visto, são um pouco semelhantes. Precisamos aprender a sair da nossa "doce" passividade diante da perda de direitos. E esse é um bom exmplo a ser seguido.
ResponderExcluirMuito bons os seus textos. Obrigada por compartilhá-los.
Caroline Abreu.
Obrigado por seu comentário, Carol.
ResponderExcluirAbraço