Caros concidadãos dos anos 1800, não sei como vim parar no século 21, mas cá estou. Aos poucos enviarei notícias deste momento em que a humanidade conta com conquistas técnicas que o industrialismo de nossa época mal sonhava alcançar. Antes de tudo, algumas curiosidades.
Notei que, diferente da sociedade de nossa época, muitos dos ricos são magros. E despendem muito esforço e dinheiro para sê-lo. Os mais abastados comem pouco em lugares caros. E para manterem sua aparência esquálida também utilizam academias de ginástica. Nestes estabelecimentos gastam boa parte de seu tempo fazendo todo tipo de atividade física. A mais curiosa destas é feita em aparelhos em que o usuário corre sem sair do lugar. São as esteiras. Mecanismos parecidos com as rodas que costumamos colocar nas gaiolas utilizadas por ratos e esquilos de estimação.
Já os menos favorecidos, se alimentam em estabelecimentos que vendem comida barata, mas rica em gordura. Costume nada favorável à saúde. Além disso, gastam grande parte de seu dia em ocupações pouco favoráveis ao dispêndio saudável de energia física. Incluindo horas de deslocamento para suas casas, usando meios de transporte, que, apesar de modernos e velozes, amontoam-se por ruas, avenidas e estradas. Deste mal também sofrem muitos dos ricos. Às vezes, são os mesmos que correram quilômetros nas tais esteiras que levam a lugar nenhum. Acabam permanecendo horas sentados em seus veículos potentes, rastejando a caminho de algum lugar.
Voltarei a dar notícias, em breve. Talvez, sobre o estranho costume que os daqui têm de queimar a pele à luz do sol. Coisa de que todos procuram fugir em nossa época.
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